A história e o desenvolvimento das tecnologias para DJ
- Calebe Dias
- 5 de mai.
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Dos primórdios até os mais tecnológicos equipamentos usados pelos Disc Jockey (DJ) em suas produções
05/05/2025 - Escrita por: Calebe Dias

Quando falamos sobre equipamentos usados por um DJ, podemos até pensar que tudo é uma coisa só, mas na verdade é muito mais do que isso. Um setup de um DJ hoje em dia é muito mais do que um simples equipamento, mas sim diversos elementos que se completam e possibilitam a reprodução de beats, mixagens, backspins, scratching, etc.
Agora mais especificamente quando tratamos dos equipamentos de um setup temos diversas configurações, e dependendo de cada DJ seus aparelhos podem se diversificar. Mas basicamente todo DJ profissional hoje tem em seu arsenal: mixer, CDJ ou controlador MIDI, controlador de efeitos, fones de ouvido e monitores de áudio. Nesse texto iremos nos debruçar mais na evolução do mixer, considerado o coração do setup.
O Que É Um Mixer?
Um mixer, ou mesa de mixagem, é o equipamento usado para misturar as músicas e faixas de áudio, controlar o som, efetuar transições, aplicar efeitos, além da presença de equalizadores, elementos importantes para o desenvolvimento dos beats e das melodias produzidas por um DJ, seja em eventos em festas ou em produções em estúdios.
Os Primeiros Mixers
Voltamos para a década de 60, no projeto de Alex Rosner que desenvolveu o mixer “Rosie” feito, que reproduzia de forma inédita dois discos de uma vez, com entrada de microfone e saída de fone de ouvido controláveis pelo DJ. O curioso, foi que “Rosie” não foi comercializado, mas sim desenvolvido para Francis Grasso.

Já em 1974 temos o primeiro mixer comercializado, o Bozak CMA-10-2DL, se tornando popular entre os grandes DJ da época e se tornando base para o padrão aceito e reproduzido pela indústria posteriormente. O mixer Bozak, se aproxima do que entendemos como mixer nos dias de hoje, com diversos canais, entradas e seus controles. A Bozak interrompeu suas produções no início da década de 80, mas seus antigos engenheiros ainda lançaram modelos inspirados no de 1974, como o CMA-10-2DLBS, CMA-10-2DLX e HB-1-8ª.

Com o fim da empresa Bozak, a empresa Urei lançou seu modelo de mixer rotativo, o 1620LE, assumindo o posto dominante no mercado. Ainda nesse período outras empresas se aventuraram no ramo, como a japonesa Alpha Recording e a belga Rodec, ambas inspiradas no modelo Bozak.
Mixers Nos Anos 90
Chegamos talvez na década em que o hip-hop e a música eletrônica viviam seu auge, e com isso diversas empresas já estavam no ramo e surfaram na onda da popularidade com diversificados produtos, atendendo todos os gostos e mercados que se interessavam em mixers.
Temos então empresas como Denon, Pioneer, Numark e Gemini. A última, embora sem a mesma qualidade das anteriores, entregava um produto mais em conta, marcando presença no mercado amador e profissional, por exemplo, com seu modelo PDM 7024, e posteriormente com o modelo profissionais PMX 2200 que quebrou os recordes de venda da empresa.
Outra marca de grande sucesso, que estava no topo do mercado, com inovações e praticidades tecnológicas era a Numark, priorizando a qualidade com seus padrões premiums aplicados nos modelos DM-1000X, DM-1180, DM-1425 e DM-2160.
Um Divisor de Águas
Em 1996 a japonesa Pioneer, com seu modelo DJM-500, um mixer de qualidade e praticidade notáveis e com uma central de efeitos embutida, que facilitava o trabalho dos DJ, já que condensava outros aparelhos em um só.

O sucesso desse produto, consolidou a empresa no trono das produções de mixers, estando no topo e sendo referência até os dias de hoje.
O Novo Milênio
Junto dos anos 2000 chegaram também diversas novas tecnologias que influenciaram no mercado de produtos eletrônicos e de mixers. Televisões integradas em redes de internet, celulares, processadores, chips gráficos e a terceira geração de internet (3G) foram inovações trazidas no início do segundo milênio. Os mixers também acompanharam essa evolução e marcas renomadas de instrumentos musicais entraram no mercado, como Roland e Allen&Heath, que lançaram seus modelos Roland DJ-1000 e Allen&Heath Xone-32, respectivamente.
As empresas Denon, Rane, Pionner DJ, Gemini, Stanton, Kam, Numark, Mackie, Phonic, Korg, Vestax, Soundking, Pronomic e Rodec, pareciam estar com o mercado estabelecido. Até que a alemã Behringer também se voltou ao mercado de mixers com a linha VMX, que mesmo sendo produtos de entrada, foi bem aceita no meio pelo bom custo benefício. Posteriormente transferiu sua fábrica para a China, reduzindo os custos de produção, devido a fábricas locais de semicondutores e alinhando com a capacidade de reprodução de produtos de outras marcas, tendo grande presença no mercado e ganhando significativa fatia do mesmo.
Modelos da alemã como o DJX-700 e o DJX-750 tem curiosa semelhança com os modelos DJM-500 e DJM-600 da Pioneer DJ.
A 2ª e 3ª Década de 2000
Os DJ se tornavam cada vez mais populares, os produtos eletrônicos relacionados e mixers eram cada vez mais expostos com processo se concretizando nos anos 2010. E o novo salto tecnológico ocorreu nos anos 2020, os modelos já consagrados davam espaço a dispositivos híbridos de desempenho e controle avançado com interface inclusa, porta USB e diversas configurações, funcionalidades e compatibilidades com todos os softwares.
Em 2010 a Denon apresenta sua linha DN-X de mixers digitais, com efeitos e interfaces da mais alta tecnologia, e sendo o primeiro do mundo a ter “V-LINK”, que permitiu a integração simultânea de controle de vídeo e áudio sobre o MIDI. A Allen&Heath por exemplo, com sua linha Xone, segue com avanços até pouco tempo inimagináveis, sendo considerada por muitos como produtora dos melhores mixers do mundo.

O mercado segue plural e com avanços significativos ano a ano, tanto de marcas, como de produtos, hoje existindo até mesmo mixers ligados a celulares e mixers portáteis.
De modo geral vemos que as evoluções tecnológicas nos equipamentos para DJ vieram e vem cada vez mais facilitando a vida de profissionais e amadores, seja com grandes invenções, ou até mesmo com a praticidade de Faders e Interfaces presentes nos mixers
Esses avanços não só afetaram os mixers, mas também todos os elementos que compõem um setup de um DJ, possibilitando infinitas combinações e personalizações, dos mais antigos e simples, aos mais modernos e sofisticados, o que importa é que o DJ se sinta confortável e adaptado ao seu equipamento para extrair o melhor de sua criatividade.




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